Divindade Electrónica

Caros amigos

É com alguma consternação que partilho do sentimento do indivíduo extremamente másculo, MP, esta cruel máquina, a quem alguns inocentemente apelidam de “Vidinha”, tem nos impedido de encher este país com toda a nossa criatividade expressionista (também a última vez que se encheu este país de criatividade expressionista, o Santana Lopes chegou a primeiro-ministro, portanto até compreendo a constante censura).

Nesta altura do ano em que cultivamos um espírito de gratidão, amor e consumismo desenfreado, decidi escrever sobre algo basilar nas nossas vidas, mas que por ser tão banal, desvalorizamos e não lhe damos a devida importância. Falo claro está, da ferramenta de sugestões automáticas do Google.

Na minha modesta, mas prestigiante opinião, aquela ferramentazinha tornou-se algo de indispensável na nossa vida virtual (o que no meu caso corresponde à minha vida toda).

Só para terem noção do que vos falo, demonstro-vos o seguinte exemplo:
Se escreverem a palavra “porcas” no Google, tem todo um sem número de sugestões, que vos clarificam, e auxiliam na definição da procura (curiosamente nenhuma das sugestões é relativa ao animal em si). Neste caso o Google sugere “Porcas Hi5”;”Porcas Orkut”;”Porcas no msn”, tendo todas estas sugestões, para cima de 25,000 resultado. No entanto, apesar desta diversidade, não for bem isto que vocês almejem (atentem no prestigio deste verbo), mas sim um nível de porquice, e respectiva taradice, ainda maior (o caso do ponto cruz), a ferramenta de sugestões automáticas do Google, não vos desiludirá. Podem escrever “Porcalhonas”, que esta dádiva dos céus, sugere “porcalhonas do hi5”;”porcalhonas Messenger” ou a nível mais geral “porcalhonas da net”, ajudando-vos a guiar pelos pantanosos mundos da porcalhice. Sinceramente, algo que nos permite finalizar a procura de porcas no hi5 ainda mais depressa, no mundo frenético em que vivemos, só merece o nosso mais profundo respeito e veneração.

Mas como nada neste mundo é perfeito, com a óbvia excepção dos meus abdominais (facto este que poderá ser confirmado pelos restantes autores deste blog e também pelo poster da Megan Fox na minha parede), refiro o único ponto fraco desta útil ferramenta. Se escreverem “micose” no Google, é vos sugerido automaticamente micose “nas unhas”, “nos pés”, “nas virilhas”. No entanto, a micose mais popular, a do escroto não figura nas primeiras opções, com pena minha, distraindo neste caso, o utilizador do seu objectivo.

Após esta longa e extenuante reflexão, despeço-me deixando uma música de Natal, dando seguimento a uma longa tradição neste blog, iniciado na presente semana, no anterior post do MP.
Stay well my young disciples


RR

P.S.: Claro que vós podeis questionar, “Ó RR, então andaste a procurar porcas no Google”. A resposta é obviamente, não. Eu encontrava-me apenas a pesquisar algumas maneiras de confeccionar empadas de galinha, quando me deparei inadvertidamente com este assunto.